Meio Ambiente - 23.07.10 |
Bactérias simbiontes são eficazes em processo de revegetação | |
Os estudos realizados na Esalq foram feitos com amostras de solo de uma extensa área localizada em Roraima, a Floresta do Jamari. “Devido à mineração de cassiterita, a área foi totalmente devastada e desnuda”, conta a professora. Um artigo com base nas pesquisas foi publicado em maio deste ano na revista internacional Water, Air & Soil Pollution.
Segundo a pesquisadora, todos os esforços no sentido de revegetação e replantio da floresta fracassaram porque o rejeito da mineração perdera sua fertilidade e a microbiota do solo. “Isso aliado a regimes de chuva com estiagens de mais de seis meses impediram qualquer progresso no sentido de recuperação da área”, conta a pesquisadora.
A partir daí, os pesquisadores decidiram retirar do local o rejeito da mineração e testar o potencial de revegetação com microrganismos simbiontes. A coleta foi feita por Paulo Mendes Filho, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que teve seu estudo de doutorado orientado pela professora Elke. Com o material no laboratório, passou-se a realizar os experimentos com espécies de plantas leguminosas (arbóreas nativas e uma exótica), distribuídas em vasos.
Mecanismo simbionte
Os vasos com exemplares das cinco espécies as quais foram todas inoculadas com bactérias fixadoras de nitrogênio (Rhizobium) receberam diferentes tratamentos: 1) adição de material orgânico (composto orgânico) no substrato; 2) inoculação com fungos micorrízicos; 3) adubação com fosfato. Estes fatores foram aplicados separadamente ou em conjunto e o experimento foi instalado com seis repetições. “A maioria das plantas foi bastante favorecida pela presença dos três fatores e se tornaram prontas para serem transplantadas”, informa a pesquisadora. “Verificou-se que o fungo micorrízico e o composto orgânico eram imprescindíveis para o estabelecimento e desenvolvimento das mudas, enquanto o fosfato em geral só era requerido na ausência do fungo micorrízico.”
Elke explica que o fungo micorrízico invade a raiz das leguminosas (e também de outras plantas) e acaba funcionando como uma extensão, buscando nutrientes, como o fósforo, que está estático no solo. “Forma-se o que chamamos de micorriza, que se estende para todos os lados da raiz da planta”, descreve a professora, ressaltando, no entanto, que “quase todos os solos tropicais são deficientes em fósforo.”
A professora destaca que as Leguminosas associam-se com as bactérias fixadoras, as quais lhes fornecem o nitrogênio de que estas necessitam para seu desenvolvimento, diretamente do ar.
“Concluiu-se que o uso desses mecanismos biotecnológicos e ambientalmente corretos é viável, pois são muito mais econômicos do que o custo da adubação com fertilizantes sintéticos. As mudas assim produzidas são vigorosas e resistentes a fatores estressantes, como o transplante ou a estiagem, ficando prontas para o transplante em curto período de tempo.”
- belo trabalho esse da Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz)
- onde se lê: "flora intestinal", devemos utilizar um termo mais atual, este era utilizado quando as bactérias eram lotadas no "Reino Vegetal", hoje é melhor utilizar: microbiota intestinal ou entérica....e pertencem ao Reino Monera e Dominio Eubactéria....ok falou um abraço do bolha!!!!!
Mais informações: ejbncard@esalq.usp
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